terça-feira, 17 de maio de 2011

Sindicato encaminha relatório de escolas em Pernambuco ao Ministério Público do Estado


Escrito por Mellyna Reis   

O Sintepe encaminhou ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) o relatório de março sobre a situação das escolas da Rede Estadual. O documento será utilizado em um inquérito civil instaurado pelo órgão.
A cópia do levantamento foi solicitada pelas promotoras Allana Uchoa de Carvalho, da 1ª Promotoria da Infância e Juventude de Olinda, Isabela Carneiro Leão, da Promotoria de Jaboatão dos Guararapes, e Janaína do Sacramento Bezerra, da 3ª Promotoria de Defesa da Cidadania com atuação na Defesa da Educação do Cabo de Santo Agostinho.

A pesquisa, cujo resultado foi apresentado em uma audiência pública no dia 26 de abril, realizada no auditório da OAB-PE, foi baseada nas visitas feitas por diretores e representantes setoriais do sindicato em 163 das 1.107 unidades (14,7% da rede) da Região Metropolitana do Recife e nos municípios de Palmares (Mata Sul), Gravatá (Agreste) e Cabrobó (Sertão). 

Foram identificados em 157 escolas (96,3%), problemas de infraestrutura, como instalações elétricas precárias, salas de aula inadequadas, quadras poliesportivas abandonadas, falta de bancas e material didático.
Ainda segundo o relatório, as chuvas agravaram a situação de sete unidades (4,29%). Imóveis erguidos abaixo do nível da rua estão vulneráveis a alagamentos o que provocou a paralisação das atividades na Escola Pedro Barros Filho, em Piedade, além de prédios com infiltrações e sem manutenção no sistema de esgoto e saneamento, que prejudicam o funcionamento da Escola Nossa Senhora das Dores, no bairro de Areeiro, em Camaragibe, no inverno.
No período de visitas ficou constatado que faltam professores de todas as disciplinas em 35 escolas, o que corresponde ao percentual de 21,47%. Casos graves de violência também foram denunciados por trabalhadores de nove unidades (5,5%), enquanto o sentimento de insegurança foi observado em 28 escolas, totalizando 17,1%.
Entre as ocorrências mais críticas estão agressões, alunos armados e casos recentes de funcionários mantidos reféns e tiroteio, que aconteceram na Escola Estadual Poeta Mauro Mota, no bairro de Socorro, em Jaboatão dos Guararapes.
“Em apenas cerca de 15% das escolas pesquisadas encontramos sérios problemas que vão de encontro ao que é colocado na publicidade do governo”, alertou o presidente do Sintepe, Heleno Araújo.

O sindicalista entendeu a iniciativa do MPPE como uma manifestação para garantir o direito à educação do cidadão. "A nossa expectativa é que esse encaminhamento tenha consequências concretas junto ao poder executivo", espera.


> Veja mais: Relatório do Sintepe aponta problemas nas escolas estaduais

Um comentário:

  1. Uma pergunta simples que deve ser feita ao senhor secretário de educação de Pe: o senhor colocaria um filho seu (ou neto), em uma escola pública em PE? Certamente não é somente pela precária estrutura física das escolas do estado que o secretário não faria essa(s) matrícula(s), mas pela precariedade nos quadros dessas instituições.

    Com a educação sendo cabide de empregos, não podemos jamais ser uma nação séria.

    Espero que esses dados deixem em alerta aqueles que têm a obrigação de zelar por nós.

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