sexta-feira, 6 de maio de 2011

Escolas brasileiras criam e perpetuam preconceitos e discriminações de minorias

A avaliação foi feita por especialistas.


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Do educAÇÃO BR  - Dedicamos esta matéria ao DEP. Jair Bolsonaro, um beijo Excelência.

Há uma política de combate a comportamentos discriminatórios no Brasil, nossa legislação tem avançado muito nessa questão. Mas a complexidade do tema é extrema no nosso país, pois aqui o preconceito social, racial, de gênero, cultural, como em outras sociedades está enraizado e até institucionalizado. Recentemente foi aprovada no Supremo, todos os ministros acompanharam o relator e o resultado final foi de dez votos favoráveis e nenhum contrário a lei que legaliza no Brasil a união homoafetiva, agora tal união é um direito constitucional, condição inaceitável e recebida com ares de horror por membros (não todos) da comunidade “cristã, evangélica” ou aqueles que "apenas vestem a religião", os falsos puritanos e hipócritas.
É difícil encontrar flexibilidade nos fundamentos religiosos, valores trabalhados de forma padrão nos ambientes escolares, igrejas, sem a discussão do diferente, da diversidade e do respeito que se deve ter sobre os outros pontos de vista, sobre o outro ser e suas escolhas, neste padrão nossa educação e mentalidade preconceituosa e discriminatória acontecem. Os preconceitos são naturais, tão humanos, todos têm, a forma de pensar, a opinião tem que ser respeitadas, sejam elas quais forem, agrade ou não a outra parte, o que não deve ser aceito é a materialização da prática dos preconceitos visando tornar o outro, símbolo da sua contrariedade, em um ser inferior, pior, sem os seus direitos. A discriminação é de fato um crime social.

Preconceitos ainda “arcaicos” compõem a estrutura cultural de muitos brasileiros e só um processo de educação preparado para avançar ainda mais nessas questões, um processo inverso ao histórico no Brasil pode nos trazer uma sociedade realmente de direitos, onde trechos da constituição como – “Todos são iguais perante a lei” não soem como algo alheio a realidade ou completamente aceitável para apenas partes de uma sociedade em detrimento da sua plenitude.   
Agência Brasil

BRASÍLIA - O ambiente escolar é um espaço para o surgimento de atitudes sexistas e homofóbicas. Esta é uma das conclusões tiradas da audiência pública sobre preconceitos e discriminações na educação brasileira, realizada quarta-feira (4) na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
- Além de reproduzir a escola cria homofobia - disse a coordenadora do Projeto Escola sem Homofobia, da organização não governamental (ONG) Ecos - Comunicação em Sexualidade, Maria Helena Franco.
- Não é mais adiante, mas é ali que está se criando o preconceito- completou.

Na opinião de Helena Franco, os professores brasileiros não são preparados para lidar com o tema em sala de aula e não dispõem de material didático que possa auxiliá-los.
- Material sobre a temática praticamente não existe - disse após apresentar aos parlamentares um kit com livro, vídeos, boletins e cartaz que podem ser usados na escola em apoio à implantação do chamado "projeto político pedagógico", que orienta o ensino.

O material elaborado pela ONG está em análise na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - Secad, do Ministério da Educação (MEC), para ser replicado e incluído na grade de distribuição de material educativo do MEC. Segundo Helena Franco, o ministério já recebeu cerca de 1.500 pedidos do material que não está disponível na internet. A princípio, o material será distribuído a docentes do ensino médio, "mas pode ser usado por professores do ensino fundamental".

Situações de homofobia são verificadas, por exemplo, em situações de constrangimento, o bullying, que pode causar danos morais a quem sofre com comportamentos agressivos (físico ou verbal) recorrentes.

Uma pesquisa de 2009, apresentada pela ONG Plan Brasil, e publicada pelo Ministério Público do Maranhão, feita com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares de todas as regiões brasileiras, mostrou que sete em cada dez estudantes de diversas faixas etárias presenciaram cenas de agressões entre colegas. As principais vítimas são os meninos: 34,5% disseram ser vítimas de maus-tratos.

A situação dos meninos na escola começa a preocupar também pela questão de gênero, tradicionalmente associada à discriminação de mulheres. A pesquisadora Denise Carreira, da ONG Ação Educativa salienta que os meninos, especialmente os negros, abandonam a escola mais que as meninas.

Apesar desse dado e do fato de as mulheres já terem em média maior escolaridade que o homem, o mercado de trabalho é menos favorável a elas, que recebem salários menores. Para Denise Carreira, isso tem a ver com as vocações que são estimuladas na escola e as carreiras às quais acabam se dedicando.

- A educação sexista define que as mulheres são boas para isso, e não são boas para aquilo - afirmou ao lembrar que o mau desempenho em ciências e matemática tem a ver com a falta de estímulo para que, no futuro, ocupem áreas de exatas. "Ainda hoje temos profissões ditas masculinas e profissões ditas femininas", como as áreas sociais e de cuidados (professoras, assistentes sociais, saúde), com baixa remuneração. "É fundamental questionar a educação que estabelece papéis para homens e mulheres", recomendou.

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