domingo, 28 de outubro de 2012

Professora é demitida por mostrar absurdo de escola no face book

Professora Uiliene Araújo. Foto Dhiogo Rezende.


Do educAÇÃO BR
Mais uma entre as inúmeras demonstrações da realidade concreta da nossa educação, em alguns lugares do Brasil, os considerados mais pobres, na educação pública, a situação é muito pior, mas essa realidade não foge de nenhum canto e recanto do nosso país.
fotos 1, 2 e 3 - Professoa Uiliene pelo seu celular
 A professora de história Uiliene Araújo Santos Rosa foi demitida de uma escola pública municipal de Imperatriz, no Sul do Maranhão, a mesma fez uma denuncia e ao mesmo tempo um desabafo em uma rede social na internet. Em casa, um dia depois da sua aula, no dia das crianças (outubro), a professora postou no seu “face book” fotos que denunciavam a situação precária e absurda das aulas no Colégio Municipalizado Guilherme Dourado, localizado no Parque São José.




As tristes fotos mostram uma sala de aula com vários “rombos” no teto e os estudantes do ensino fundamental assistindo as aulas, fazendo atividades em uma sala com chão encharcado, onde os discentes, sentados e abrigados com seus guarda chuvas abertos, tentam se concentrar nos seus afazeres escolares.



As fotos e seu conteúdo de denuncia alcançaram rapidamente grande destaque nas redes sociais, com muitos compartilhamentos, e comentários de usuários de todo Brasil fizeram as matérias de jornais-sites locais terem milhares de acessos, rompendo limites regionais com a situação da professora e sua “ex” escola quando a situação passou ser divulgada em meios de comunicação do Maranhão como a TV Mirante e nacional como o portal G1.

A educadora Uiliene Araújo declarou ao educação BR que não se arrepende de ter postado as fotos. “quando a diretora disse – Você vai postar essas fotos? Vai queimar nossa escola! Tive então mais coragem, pois ela não pensou na comunidade que deve ter um bom serviço prestado pela instituição, mas sim nela própria.

A diretora no inicio, disse que a professora não poderia mais dar aulas e ficaria a disposição da secretaria de educação municipal, dias depois a docente teve seu contrato rescindido. O secretário de educação Zesiel Ribeiro, colocou na recisão que o motivo da demissão foi por faltas da professora e "condulta incabivel".
A diretora da escola Ivone Carvalho Milhomem é a dona do prédio que abriga a escola, a gestora aluga o espaço para a prefeitura de Imperatriz, sobre esta afirmação, Uiliene declarou sua indignação ao dizer: “ este fato deixa a situação ainda mais absurda, cheguei a escutar de funcionários no local de trabalho que a Ivone é a escola e a escola é a Ivone”.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dia dos professores, dia de falar por eles, e o dia de fazer?

Foto: Divulgação

Do educAÇÃO BR 

É sempre bom termos professores representando a classe no poder público, qualquer um que represente a melhoria na educação está fazendo um grande serviço a nação.  Muitos, não todos, políticos do legislativo ou executivo, professores e não professores, enchem as caixas de correios ou mandam uma infinidade de cartões para as escolas parabenizando e louvando o trabalho dos professores no seu dia, com um discurso que é o mesmo a décadas, infelizmente a realidade não acompanha a eloquência dos discursos em papeis timbrados. 

Enfim, é sempre bom ter quem fale pelos professores, mas o Brasil será outro país quando tivermos quem faça mais e melhor pelos professores, pela educação.

O discurso de uma deputada professora, sempre será apenas discurso em uma Câmara lotada de omissos a questão da educação pública, gratuita e de qualidade. 


Conexão Tocantins (15/08/2012)

Durante a sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, comemorado nesta segunda-feira, 15, a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) falou da importância da valorização docente para melhorar a qualidade da educação pública brasileira. A deputada foi autora da proposta que pedia a realização da homenagem na Câmara Federal.

“Tenho orgulho em ser professora. Essa é a profissão que eu escolhi e é a profissão que continuarei exercendo e aqui na Câmara eu luto pelos direitos dessa categoria. Só quem já atuou dentro de uma sala de aula de uma escola pública, com baixo salário e condições de trabalho desfavoráveis sabe o quanto é difícil manter a sua dignidade e vontade de oferecer um ensino de qualidade para os seus alunos”, discursou.

Professora Dorinha ressaltou a necessidade da educação brasileira ser tratada como prioridade, onde o Governo possa investir mais na área, oferecendo melhores condições de trabalho e salários mais justos para os professores, e tantas outras necessidades que a nossa educação pública ainda carece. Mesmo com o reajuste do Piso Nacional do Magistério, o professor no Brasil ainda está muito longe de ser uma profissão atrativa economicamente.

Durante o seu discurso, a parlamentar citou uma pesquisa realizada pela Fundação Vitor Civita e Fundação Carlos Chagas que mostrou que a carreira docente vem sendo preterida pelos estudantes. A pesquisa ouviu mais de 1500 estudantes de escolas públicas e privadas e constatou que apenas 2% dos jovens querem cursar pedagogia ou licenciaturas. Entre os cursos mais desejados, Pedagogia fica na 18ª posição, enquanto as licenciaturas são 24ª opção dos jovens de escolas públicas.

Os motivos da falta de interesse pela docência têm respostas claras e são as mesmas que vemos todos os dias na realidade da maioria das escolas públicas e dos professores. 40% dos entrevistados dizem não escolher a carreira pelos baixos salários. 32% não se identificam com a profissão. 17% citam a falta de respeito dos alunos e a desvalorização social da carreira como fatores negativos. Outros 12% dos estudantes dizem que as más condições de trabalho não incentivam o ingresso na carreira. No ranking dos cursos mais desejados estão Direito, Administração, Engenharia e Medicina.

Essa mesma pesquisa indica que mais de 70% dos professores são motivados a entrar em sala de aula pelo amor à profissão, mas 69% consideram que a carreira é desvalorizada.
O estudo também mostrou que um salário melhor atrai o jovem para a carreira docente. Ninguém quer trabalhar e ter uma carga horária relativamente pesada se o salário não compensar.

Outra pesquisa citada pela parlamentar foi da OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico mostrando que um professor brasileiro do fundamental 2 (6º a 9º anos) ganhou, em média, US$ 16,3 mil por ano em 2009. Enquanto isso, na média, um profissional com formação e tempo de experiência equivalentes recebeu US$ 41,7 mil nos países da OCDE.

“Esses dados divulgados mostram a necessidade urgente de mudar a realidade do professor da educação pública brasileira. Há tempos venho afirmando na Câmara dos Deputados a necessidade de reestruturação do plano de carreira docente, além de melhorar o salário do professor. É indiscutível a responsabilidade do professor na qualidade da educação em uma escola e um professor que não é valorizado não tem condições de oferecer um ensino adequado e um salário decente está diretamente ligado a isso. Acredito que a melhoria do salário docente atrairá jovens para a carreira, mas os próprios professores se sentirão mais valorizados”, pontuou.

Professora Dorinha ainda citou o Plano Nacional de Educação, que foi aprovado por unanimidade pela Câmara e agora está em tramitação no Senado Federal. “Esse Plano é um instrumento importantíssimo para o desenvolvimento da educação brasileira e também da valorização dos professores. Entre as 20 metas estabelecidas e aprovadas na Câmara, pelo menos oito delas tratam de temas que estabelecem diretrizes sobre formação, qualificação e valorização dos profissionais da educação. Além disso, conseguimos a aprovação dos 10% do PIB a Educação e agora batalhamos pela alocação dos royalties do pré-sal para a área”.

Segundo a deputada. O PNE, com os 10% do PIB, é a oportunidade de mudar a realidade da carreira docente para atrair mais jovens. “A minha esperança, assim como de todos os brasileiros, é que o novo PNE contribua para essa mudança de forma significativa. Que venha melhorar a qualidade da educação brasileira, ofertando melhor estrutura das escolas, melhores condições de trabalho e remuneração dos professores e atraindo mais jovens para essa carreira que é tão importante para todo e qualquer cidadão”, disse.

Dorinha lembrou que ainda há vários estados que não cumprem o Piso Nacional do Magistério. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, o Piso não é respeitado por 10 estados brasileiros e outros 11 estados não cumprem integralmente a lei, o que inclui a hora-atividade, que deve representar no mínimo 1/3 da jornada de trabalho do professor.

De acordo com a deputada, o Brasil precisa alcançar cinco metas até o ano de 2022: Todas as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os oito anos de idade; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem de 19 anos com ensino médio concluído; investimento à educação ampliado e bem gerido. E essas metas, segundo Professora Dorinha, só poderão ser cumpridas com professores dentro da sala de aula com carreira atraente e formação adequada; o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação, entre elas, a equiparação salarial dos professores com as demais profissões até 2016, com regime de colaboração que funcione e Lei de Responsabilidade educacional; definição das expectativas de aprendizagem; avaliações externas utilizadas na gestão educacional e na sala de aula; alunos com mais exposição à aprendizagem.

“Sem escolas, conteúdos e mestres atraentes, a evasão escolar não refluirá. A valorização dos professores deve ser ponto inicial do processo. Mais do que um piso salarial de âmbito nacional, a categoria deve ter plano de carreira consistente, que incentive o aperfeiçoamento”, finalizou. (Assessoria de Imprensa)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Carta para 2022. Prática de conscientização ambiental

Carta sobre preservação do meio ambiente será dirigida aos estudantes de 2022


Carta do ano 2070 - You Tube
Do educAÇÃO BR

Não se trata de uma ação nova, mas também não é tão comum, infelizmente, fruto de inspirações de projetos e práticas pedagógicas já existentes, algumas até vistas em filmes. O importante é a aplicação, a pedagogia e a temática trabalhada que cada vez mais vem se tornando imensamente necessária, pois implica na vida, na possibilidade das futuras gerações de ainda desfrutarem do nosso planeta ou simplesmente sobreviverem.
Estudantes do 2ª Ano A
O conteúdo das aulas é Desenvolvimento Sustentável, a iniciativa é do professor Dhiogo Rezende que leciona história e geografia no Colégio Estadual Buriti em Buriti do Tocantins e os estudantes são do 2ª ano A e 2ª ano C do Ensino Médio.

A metodologia se construiu a partir da exibição de um vídeo encontrado na internet, a narração de uma carta do ano de 2070 feita por um raro cinquentenário que sofre demasiadamente com a poluição e a falta de recursos naturais e que assisti seus filhos serem privados de uma qualidade de vida que na sua juventude ainda era possível.
Estudantes do 2ª Ano C
 Após a exibição grupos foram formados para apresentação de comentários e reflexão sobre a temática da carta, e em seguida os grupos iniciaram a redação de uma carta dirigida aos estudantes do colégio, mas os que estarão estudando no ano de 2022, dez anos depois estudantes abrirão as cartas com textos de estudantes que agora em 2012 já se atentam e sentem a falta de seriedade e de cultura de proteção ambiental. Será mais oportunidade daqui a dez anos onde talvez, a escola poderá provocar reflexões de respeito da vida, do nosso planeta que neste tempo poderá estar no tenebroso rumo da carta de 2070.
Estudantes do 2ª Ano C
As cartas serão elaboradas pelos grupos e ficaram lacradas em uma caixa fechada até 2022, painéis e espaços no espaço escolar firmaram a ação, para que a mesma permaneça viva no passar dos anos. As cartas serão lidas pelos estudantes do futuro apenas no dia definido dez anos depois.