domingo, 25 de março de 2012

Bibliotecas Comunitárias: uma alternativa para a inclusão social


O fenômeno das bibliotecas comunitárias surge nesse contexto para suprir as demandas da comunidade onde há deficiência do estado...
Foto de Samarone Lima (Jornalista, fundador da Biblioteca) Biblioteca Comunitária do Poço da Panela, Recife -PE
Por Caroline Soares (Estudante de Biblioteconomia da UFPE).
Para o educAÇÃO BR.

“O problema das bibliotecas brasileiras é, como todos os problemas educacionais do país, uma questão de extensão e profundidade, pois não só faltam bibliotecas espalhadas por todo território nacional, como também nos falta compreensão da importância dessas instituições na educação de um povo.” (Departamento de Letras da UFMG, 2012)
              
O fenômeno das bibliotecas comunitárias surge nesse contexto para suprir as demandas da comunidade onde há deficiência do estado. Essas unidades tornam-se instrumentos de divulgação da identidade cultural e social do local, entretenimento, letramento, acessibilidade e formação intelectual das pessoas que, em geral não tem acesso aos livros e às possibilidades de transformação dos mesmos. Estas pessoas em situação de pobreza encontram na biblioteca comunitária possibilidade de mudança do seu próprio contexto social.
            Segundo Machado,
[...] a biblioteca comunitária surge como um poder subversivo de um coletivo, uma forma de resistência contra hegemônica, de quase enfrentamento social
[…]. De forma empírica e criativa, elas trabalham, criando mecanismos para colaborar no desenvolvimento social, potencializando os talentos dos indivíduos e das comunidades, […]. (2010)

Buscando afastar jovens e crianças da criminalidade e aproximando-os da cultura e valorização do saber e da identidade da comunidade, os fundadores dessas bibliotecas dão acesso à informação que provavelmente não teriam em consequência da falta de oportunidades presente na sociedade civil. Um exemplo dessa busca pela transformação da realidade social de uma comunidade é a biblioteca do Poço da Panela, Casa Forte – Recife- PE, em um bairro de casas luxuosas há uma comunidade ribeirinha que foge a todos os padrões do mesmo, vivendo distante de todos os direitos fundamentais garantidos a seus vizinhos ricos. 

Os fundadores da Biblioteca comunitária do Poço da Panela, em meio a todas as dificuldades conseguiram mudar um pouco da realidade da comunidade através das atividades desenvolvidas na biblioteca, mostrando que as pessoas do local podem mudar a própria realidade através da leitura afastando assim os jovens da comunidade da violência crescente no entorno.

É nítido que essas bibliotecas surgem para tapar as lacunas deixadas pelas bibliotecas públicas, e como uma alternativa a falta de acessibilidade dessa parcela da sociedade e enquanto as gestões das bibliotecas públicas continuarem com uma visão de distanciamento do local em que estão inseridos e enquanto o poder público tratar a educação como necessidade secundária e/ou terciaria, surgirão fenômenos dessa natureza porque ao contrário do que se pensa, a população cria suas alternativas para transformação do seu meio. 

Referências:



quinta-feira, 22 de março de 2012

Assistência Social e Educação. Irmãs Distantes


Educação enche as mentes e também pode encher a barriga do povo...
Representantes das Prefeituras dos municipios do Bico do Papagaio (Prefeitos e Prefeitas)

“108 mil famílias vivem com renda de 0 a 70 reais por mês no Tocantins. Destas, 13 mil vivem com “zero” reais”.  Dados do governo ditos pelo Secretário de Assistência Social Agimiro Costa.

Do educAÇÃO BR.

Hoje na cidade de Araguatins que fica no Bico do Papagaio, região com índices alarmantes de pobreza, houve o lançamento do programa Tocantins Sem Miséria, primo de primeiro grau do programa do governo federal Brasil Sem Miséria. Nestes, contam ações que tem como principal objetivo erradicar a miséria no Brasil, tarefa nada fácil de ser realizada.

Quem tem um pouco de maturidade e consciência da nossa realidade politica sabe que há séculos o nosso sistema politico eleitoral sustenta-se corrupto e corruptível graças a existência da miséria do nosso povo. “erradicar a miséria” soa timbres muito utópicos no nosso país, a fome do povo alimenta o poder das elites no Brasil.

Neste evento estavam presentes várias lideranças políticas locais e regionais, a esperança ajuda a comportar os sofrimentos, o povo deve acreditar, mesmo que difícil, que existam políticos e gestores sérios, que tenham sensibilidade para este problema que é capaz de angustiar famílias por suas condições, mas também a consciência daqueles que estão na posição, função de seus mandatos legitimos de resolver esse latente problema nacional – a fome.

O governo Lula iniciou no Brasil uma nova era gestora, com programas que até já existiram em governos anteriores, com nomes diferentes, a novidade está na execução e na expansão de programas como o “Bolsa Família”. Devemos reconhecer que é necessário no nosso país politicas de assistência social, milhares de famílias, se não tiverem ajuda pública, realmente morrem ou procuram caminhos “indignos” de continuar sobrevivendo.

Mas não podemos deixar de criticar baseados na realidade e “personalidade” da politica nacional, viciada no clientelismo, eleitoreira, corrupta. Sabemos, vemos no cotidiano que o mesmo povo que recebe 100, 200 reais por mês juntando as várias bolsas e cartões isso, aquilo, é o mesmo que não tem água tratada, energia elétrica, saneamento básico, moradia, escola, saúde, segurança de formas plenas e dignas, tudo funciona mal, ou simplesmente inexiste para essa população “assistencializada”.
Vereador representante da Prefeitura de Araguatins, Secretário da SETAS Agimiro Costa e Dep. Estadual Amélio Cayres

Quando isso de fato mudará? Quando as palavras bonitas e aparentemente sinceras de um gestor, político, como as que foram ditas pelo Secretário de Trabalho e Assistência Social do Tocantins Agimiro Costa  deixarem de ser apenas palavras e serem árvores frutíferas nas vidas dos brasileiros. Ele disse o que tem que ser dito, que a politica de assistência social deve ser uma prática de todos, gestores, políticos, sociedade, independente de partidos, “Marcelistas ou Siqueiristas” (alusão ao ex e atual governador), de período eleitoral ou não. Falta realmente acabar o que é difícil no Brasil, a corrida, a disputa dos lideres, dos emergentes, das elites por poder, usando a miséria como massa de manobra em cada região onde há carência de mais politica e menos politicagem.

As familias cadastradas no Tocantins Sem Miséria devem receber um cartão para o recebimento de R$ 50,00 por mês.

Mais uma vez a mudança desse quadro partirá da transformação da consciência social e politica do nosso povo que só virá pela educação, essa que também é negada e sucateada de propósito, pois investimento nessa área significa diretamente na diminuição da pobreza mental primeiramente e por consequência, a miseria física. Educação enche as mentes e também pode encher a barriga do povo que nessa sua nova forma votará em representantes melhores, há séculos nossos políticos não querem isso, eles não querem mudanças, não querem ser substituídos. 

Já que esperança é o prato principal de milhares de familias brasileiras, esperamos que este programa no Tocantins e os demais Brasil a fora sejam realmente executados com transparència, sem politicagem, se apoiando nas falas éticas e sensatas dos politicos, como as ditas na manhã de hoje na Câmara Municial de Araguatins -TO. Esperamos então. Esperamos...

(Fotos de Dhiogo Rezende) Matéria EducAÇÃO BR.

quinta-feira, 8 de março de 2012

9 estados não respeitam lei do piso salarial para professores


Do EducAÇÃO BR.

Há sem dúvidas um bloco consistente de governos inimigos da educação de qualidade, inimigos dos professores, por consequência do Brasil. Mesmo os que respeitam a lei (18 estados), fazem apenas a obrigação e estão longe de darem um pagamento digno aos seus educadores. A estes que nem se quer pagam o mínimo, o piso, resta protestar e cada vez mais criar uma barreira bem sólida que separe perfis politicos que não são ideais para a educação brasileira.


Do Terra Brasil.
 
O Ministério da Educação (MEC) anunciou na última semana o valor do piso nacional do magistério para 2012: R$ 1.451,00. Mas apenas em 18 unidades da Federação os professores da rede estadual receberão na folha de pagamento de março valor igual ou superior ao definido pela lei (veja quadro abaixo). Levantamento feito pela Agência Brasil, com informações repassadas pelas secretarias estaduais de Educação, mostra que 12 estados já praticavam valores superiores ao estipulado para este ano e seis reajustaram a remuneração do seu quadro logo depois que o MEC anunciou o aumento.

A Lei do Piso foi sancionada em 2008 e determina um valor mínimo que deve ser pago aos professores da rede pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais. Pelas regras, o piso deve ser reajustado anualmente a partir de janeiro, tendo como critério o crescimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Entre 2011 e 2012, o índice foi de 22% e o valor passou de R$ 1.187,97 para R$ 1.451,00.

Governos estaduais e prefeituras alegam dificuldade para pagar o novo piso e 11 ainda não garantem a remuneração mínima. No Ceará, o estado pagava o valor do piso até 2011, mas, com o reajuste, aguarda a aprovação de um projeto de lei pela Assembleia Legislativa para aumentar a remuneração dos profissionais. Em Alagoas, o piso também era cumprido até o ano passado e segundo nota divulgada pela Secretaria de Educação, "o desejo do governo é continuar pagando", mas antes será feito "um estudo do impacto financeiro da implantação". A mesma situação se repete em Santa Catarina.

O Piauí também pagava o piso até 2011 e, segundo a secretaria, deverá começar a cumprir o novo valor a partir de maio. O governo do Amapá informou que está em negociação com o sindicato da categoria para definir como se dará o reajuste para atingir o piso.

Rio Grande do Sul, Bahia e Tocantins não têm previsão de quando irão cumprir os R$ 1.451 determinados para 2012. A Secretaria de Educação do Paraná se negou a informar quanto recebem os profissionais de nível médio, alegando que a maioria do quadro tem nível superior. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), os professores com nível médio e jornada de 40 horas - parâmetro estipulado pela Lei do Piso - têm vencimento inicial de R$ 1.233,00, portanto, abaixo do valor definido para 2012.

"O fato de nove estados ainda não pagarem o piso mostra que os gestores públicos ainda não entenderam a importância dessa lei para termos uma educação de qualidade no país. É a prova de que as leis no Brasil costumam ser esquecidas. Quatro anos depois da lei aprovada, o gestor dizer que agora vai fazer um estudo orçamentário para ver como pagar é um desrespeito aos trabalhadores e ao Estado brasileiro", criticou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão. A entidade planeja uma paralisação da categoria na próxima semana para cobrar o cumprimento da lei.

A situação mais crítica é a dos professores da rede estadual gaúcha que recebem piso de R$ 791, o menor do país. De acordo com o governo do Estado, o problema ocorre porque o vencimento básico dos professores ficou "achatado" ao longo dos anos. Para "inflar" o salário, a remuneração total é composta por extras, como gratificações a abonos. Mas a Lei do Piso estipula que o valor mínimo é referente ao vencimento inicial e não pode incluir na conta esses adicionais. A Justiça do Estado determinou que o governo pague conforme a regra.

A Lei do Piso prevê complementação da União caso o município ou Estado comprove que não tem capacidade financeira para pagar o piso a seus professores. Para isso, precisa atender a critérios como, por exemplo, ter um plano de carreira para os docentes da rede e investir 25% da arrecadação de tributos em educação, como determina a Constituição. De acordo com o MEC, nenhum Estado entrou com pedido de complementação após o reajuste do piso.

Confira o valor do piso pago em cada unidade da Federação

Norte
Acre - R$ 1.451*
Amapá - R$ 1.085
Amazonas - R$ 1.905
Pará - R$ 1.451*
Rondônia - R$ 2.011
Roraima - R$ 2.142
Tocantins - R$ 1.329

Nordeste
Alagoas - R$ 1.187
Bahia - R$ 1.187
Ceará - R$ 1.270
Maranhão - R$ 1.451*
Paraíba -R$ 1.737
Pernambuco - R$ 1.451*
Piauí - R$ 1.187
Rio Grande do Norte - R$ 1.451*
Sergipe - R$ 1.451*

Centro-Oeste
Distrito Federal - R$ 2.314?
Goiás - R$ 1.460
Mato Grosso - R$ 1.760
Mato Grosso do Sul - R$ 1.489

Sudeste
Espírito Santo - R$ 1.540
Minas Gerais - R$ 2.200
Rio de Janeiro - R$ 1.732
São Paulo - R$ 1.894

Sul
Paraná - R$ 1.233**
Santa Catarina - R$ 1.281
Rio Grande do Sul - R$ 791
 
*Reajuste aprovado será pago na próxima folha
**Valor informado pelo sindicato da categoria no Estado

quarta-feira, 7 de março de 2012

Paralização Nacional dias 14, 15 e 16 de Março

Do educAÇÃO BR.


É preciso ter consciência de classe, infelizmente na área que teoricamente é formada por profissionais conscientes da realidade, dos aspectos politicos, econômicos e sociais que nos rodeiam, existem muitos alienados e por sua vez alienadores do nosso povo no cotidiano das salas de aula. É muito triste um professor nadar contra maré, contra sí mesmo, ter medo ou simplesmente ser passivo enquanto colegas lutam pela categoria.

Nos dias 14, 15 e 16, façam reflexões sobre o papel dos professores na nossa sociedade e sobretudo protestem com segurança, com a certeza de ter razão, essa que mora na realidade do nosso país, um Brasil cheio de desigualdades, afundado no lodo da corrupção, problemas que residem justamente nas falhas da nossa educação, e é por melhorias neste sistema que os professores devem encontrar sua razão de protesto, de luta que deve ser sempre consciente.