sexta-feira, 25 de março de 2011

Garoto australiano enfrenta seus agressores. Bullying, quem sai vencedor?

Entrevista com Casey Haynes, a vitima na cena de Bullying. 15 anos
Uma cena de bullying gravada em vídeo se espalhou rapidamente pela internet nos últimos dias e ganhou destaque na imprensa mundial. As imagens, registradas em uma escola australiana, mostram o momento em que Casey Heynes - aluno de 15 anos constantemente agredido pelos colegas - se rebela e parte para cima de um de seus agressores. Com o sucesso na rede, Heynes passou de vítima a herói. Alguns dias depois, os dois garotos eram entrevistados em programas de televisão, apresentando sua versão dos fatos (assista aos vídeos).

Ritchard Gale, o agressor da cena. 12 anos

Do educAÇÃO BR
Um assunto muito sério, que foi explorado pela mídia e serviu tanto para reflexões com seriedade quanto para descontração, diversão e comércio midiático no mundo todo. Estas consequências da cena, são mais elementos a serem refletidos e tratados, englobam o universo do bullying, que é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma. . O que as pessoas pensam desses atos, as reações ao verem tal cena, define a complexidade da questão.
Quem sofre com o bullying? O agredido somente? Ou os agressores também sofrem?
Na pedagogia do oprimido de Paulo Freire, ele coloca que tanto o oprimido quanto o opressor participam do mesmo processo de “desumanização”, ambos são vitimas das situações concretas de opressão, ambos sofrem, mas de formas diferentes.
Podemos notar esses prejuízos para ambos os lados, neste caso da Austrália, que ocorre com frequência em todas as partes do mundo, com o nosso estilo de vida, onde padrões são fixados e ensinados as crianças que a felicidade se encontra somente neles, fora deles estão os fracos, os fracassados, uma sociedade de consumo que bombardeia os jovens com a ideia que o ter é mais importante que o ser, onde a competição é levada a níveis extremos, o bullying aparece como a ponta de um grande iceberg.
Quando isso acontece, quando cenas dessa natureza são dramatizadas na vida real, significa que todos falharam, em maior ou menor intensidade, falha da escola, dos professores, dos estudantes, dos adultos, das famílias, da mídia, ou seja, a humanidade está falhando.
O garoto reagiu ao sistema que lhe oprimia há anos, fez o que muitos fariam e que muitos orientam fazer, foi consagrado vencedor pela opinião publica e seus agressores, os párias da sociedade. Mas a questão é, houve mesmo vencedor? Como em uma guerra, qual lado vence depois de mortos, feridos e destruição?
A luta do garoto contra o bullying e outras formas de opressão continua assim como a de seus agressores, pois a suas vidas devem seguir, com eles devem lutar todos, por uma mesma causa, a “humanização” geral das nossas relações em sociedade. Quando isso ocorrer, sim, no final teremos um lado vitorioso, a humanidade.

 

2 comentários:

  1. concordo com o pensamento de Paulo Freire: vítimas e agressores sofrem de forma diferentes.

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  2. A educação das crianças ,adolescentes,adultos tem que ser contínua.E devemos preparar-nos para uma auto educação.Enfim,mostrar às crianças,desde cedo,que o SER está na vanguarda do TER.

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