Em menos de duas semanas, duas brigas de estudantes são marcadas na saída da escola em Tocantinópolis - TO. Está virando ou já é moda desde muito, muito tempo na nossa história?
Do educAÇÃO BR
Vídeo da briga: http://www.facebook.com/photo.php?v=597498673612237
Fonte: http://www.tocnoticias.com.br/ler_noticia.php?idnoticia=3807
O Império Romano forte e centralizado, por séculos dominou,
explorou, expandiu-se pela Europa, África e Ásia, até que vários golpes lhes
foram desferidos. Crises econômicas e políticas, corrupção, conspirações,
fragmentações do poder e um poderoso golpe mortal: as invasões de povos
bárbaros que derrubaram esse gigante da antiguidade no século V d.C. Os romanos no
ar do seu etnocentrismo que encontrava sempre no diferente uma oportunidade e
quase uma obrigação de transformá-lo a sua semelhança, instaurava-se a “romanização”
dos conquistados.
Até que povos ameaçadores da sua supremacia mostraram-se
resistentes e ofensivos, estes povos, diferentes como qualquer outro aos olhos
dos filhos de Rômulo e Remo, em especial, chamados de bárbaros pela boca de
Roma, além de não terem a cultura romana, não falarem latim, eram destemidos e
insistentes com seus saques, incêndios, matança e na conclusão do fim deste
grandioso e famigerado império clássico da nossa história antiga.
As palavras com seu poder eternizam-se pelo tempo, o bárbaro
passou a ser sinônimo de incivilizado, bruto, violento, independente da alcunha
original, seja godo, visigodo, germânico, franco, ou “vândalo”. A barbarie
será conceituada relativamente aos seus usuários e na definição do que é
bárbaro ou não, estará se pesando as concepções das características que forjaram
a palavra. Independente do observador, a violência será um alicerce comum na
definição do que é bárbaro.
Entretanto, a violência dependendo do contexto, pode ser mais ou menos, aceitável ou inaceitável, mas ainda sim violência, essa ponderação trará ou não o termo à tona. O entendimento que violência é violência e ponto final será uma dificil tarefa da humanidade, acostumada com "tapinhas que não doem". Por exemplo, quem eram os antigos romanos que se divertiam com a carnificina entre gladiadores e feras no Coliseu para definir qualquer povo como bárbaro? A barbaridade está com quem?
Entretanto, a violência dependendo do contexto, pode ser mais ou menos, aceitável ou inaceitável, mas ainda sim violência, essa ponderação trará ou não o termo à tona. O entendimento que violência é violência e ponto final será uma dificil tarefa da humanidade, acostumada com "tapinhas que não doem". Por exemplo, quem eram os antigos romanos que se divertiam com a carnificina entre gladiadores e feras no Coliseu para definir qualquer povo como bárbaro? A barbaridade está com quem?
De fato, os romanos não forjaram juntamente ao emprego do nome as características do que
hoje conhecemos como peculiares do que é "bárbaro" no século V, estas foram gradualmente criadas e
absorvidas na dor e no fracasso de um imperio decadente que ao menos nos sentimentos
etnológicos queria ferir os povos causadores da sua sucumbência. O
tempo passou, o cristianismo se fortaleceu, as mais variadas religiões se
estabeleceram com suas doutrinas de respeito e harmonia na convivência humana
em convergência (até certos pontos) e a educação que sempre foi égide nas
civilizações clássicas, mesmo sofrendo com as mazelas da idade média, não
exclusivas desta era, a educação seguiu atacada de forma sempre atualizada, todos os dias, mas pela sua constituição, sempre foi idealizada e objeto de realização da sociedade consciente.
A singular cultura humana, desde o paleolítico, existe e se
perpetua pela aprendizagem, somos antes de qualquer coisa - aprendizes. Na antiguidade, a escola
surgiu na tutela de pensadores, filósofos que sabiam a necessidade de
institucionalizar e registrar materialmente além de mentalmente o saber ou a
sua busca. A civilização emerge dessa engrenagem, da capacidade de aprender e
de organização humana, sendo o controle dos meios de produção e reprodução do
saber diretamente ligado às injustiças, aos desmandos, as desigualdades e ao
afundamento da humanidade, assim sendo, a educação como um marco equalizador do
nosso estágio de civilidade, o seu acesso, desde sempre é a diferença entre a
opressão e o lutar do oprimido que bem sabe as razões da sua escravidão e por
isso sabe que não a quer, a educação é o sistema, a máquina principal das transformações positivas na
história da humanidade.
No correr do século XXI, ao depararmos com cenas reais, às vezes
muito mais chocantes do que a ficção mais terrível, justamente por assim não
serem, são reais e estão em qualquer esquina, remetemos logo a situação de
barbárie que nos encontramos e que antes parecia um passado das páginas dos livros de história. Torcidas que se matam nos estádios dependendo ou
não do placar, as violências decorrentes do trânsito, das vaidades misturadas ao
álcool, da intolerância religiosa, sexual, de gênero, distinções absurdas de
pessoas na fundamentação da "religião da guerra", feitas por fanáticos donos das verdades
de Deus e da terra, que propagam o ódio que gera a ignorância (não
necessariamente nessa ordem), crianças e adolescentes que no sair da escola
adentram na “guerra do fogo”, na sua versão sem sentido, sem objetivo, sem
causas e com muitas consequências.
Jovens que vão para a escola e de lá saem sem saber
português, matemática, história, geografia, ler e escrever direito, sem saber
pensar na vida e na humanidade, inconscientes de si e dos outros, entregando-se
aos nossos instintos mais primitivos, sendo dominados por eles e servindo de espetáculo para deleite de
dezenas que como eles se desumanizam a cada grito, a cada pulo, a cada acesso
neste futuro digital das redes que apressadas tecem uma conexão com o passado, a passos largos que
nos levam de volta às cavernas pós históricas da involução.
Professor, parece que a educação já não tem efeito como ferramenta de conscientização.
ResponderExcluirA educação, em sua longa trajetória tem permitido ao homem aprender e organizar/sistematizar o aprendido, transformando assim suas experiências em conhecimento, e este, permitiu ao ser humano alcançar o topo da cadeia biológica no planeta.
Como tudo tem um preço, o sucesso da espécie acaba por lançar sobre os seres dominantes a dolorosa tarefa de atuar sobre si próprio como agente de controle, determinando quem sai e quem fica, quem sobe e quem desce – processo “natural” de seleção. Lamentavelmente, esse fenômeno é mais presente nos extratos sociais onde a educação já não (ou nunca) alcança seu propósito final, que é lapidar a consciência dos seres humanos, que significa, acima de tudo, conceber a real noção do que É ser humano.
Afora isso, e no pressuposto de que a educação ainda tem alguma 'utilidade', diremos que se presta muito bem para formar produtores/fabricantes/construtores e consumidores (não necessasriamente nessa órdem) numa corrida insana rumo à auto destruição.
Menos mal se isso nos levasse, como você diz, de volta às cavernas. Aos braços ancestrais de Adão e Eva.