Do educAÇÃO BR
De dois em dois anos temos eleições em nosso país, as vésperas de
mais um pleito, dessa vez para prefeitos e vereadores nos mais de cinco mil municípios
brasileiros. Como a escola e seus componentes, orgãos normativos e executivos se comportam ou deveriam se portar diante de uma
ocasião tão importante e até decisiva para o futuro, este que é também objeto de
busca, de teoria e prática das instituições de ensino?
Se um futuro melhor depende diretamente do resultado das urnas, por isso o Brasil tornou-se o país do futuro que nunca chegou, pois a corrupção na politica nacional é uma inconveniente verdade, raiz ruim e forte da nossa história, quase um patrimônio do povo brasileiro. No nosso país tudo virou partido, tudo se tornou instrumento, aparelho para os que já detém poder continuar seus projetos pessoais ou oligárquicos. A escola, assim como as igrejas, sindicatos, associações, institutos, organizações não governamentais, instituições públicas ou privadas dão as costas para seus reais propósitos e ficam de frente para eles, os donos dos nossos destinos.
A escola seria um vetor poderoso na luta contra esse sistema, talvez por isso, a educação é a área mais atacada, a mais sucateada e desmantelada, pois a escola cumprindo o seu papel é nociva, é deveras perigosa, um coquetel molotov para os esquemas sujos da corrupção, pois professores que ensinam o que deve ser ensinado e estudantes que aprendem o que deve ser apreendido tem tradução direta nas urnas. A representação dessa frente de combate a luz do saber, está em nossa própria história, não a escrita pelos dominantes, mas a que pode afirmar e analisar o exemplo de os ditadores retirarem do currículo da educação básica no regime militar as disciplinas de filosofia e sociologia.
Mesmo com o advento da nova constituição, “a democrática”, velhos vícios, cacos do passado ainda cortam nossos direitos, nossas almas iludidas com a redemocratização permanecem as sombras. As escolas brasileiras do século XXI ainda são vigiadas, ainda são controladas por uma ditatura branca, professores ou gestores idealistas com projetos que objetivam desenvolver o censo crítico, a formação politica dos estudantes, estes profissionais são assediados, enrolados, coagidos, mal interpretados e eliminados de proposito por “canalhocratas” das secretarias de educação que não fazem politicas públicas e sim partidárias, meros objetos das altas cúpulas na manutenção do poder de uns poucos que já são muitos.
Assim, a conclusão é que as escolas estão dentro até o talo das eleições, quando usadas para fins não interessantes e nada éticos ao papel original que uma escola guarda na sua razão de existir. Quanto mais dentro das eleições as escolas ficam nesse sentido, o contrário, mais longe, mais fora ficam os direitos, mais excluídos ficam os que precisam dela e de seus verdadeiros propósitos, o povo, a comunidade escolar se perde em meios às eleições.
Como diria Raul "Sejamos diretos sem ser superficial". Parabéns pela crônica.
ResponderExcluirDhiogo, eu diria que as escolas estão inseridas nesse contexto eleitoreiro, na medida em que se omitem ou recusam a se inserirem no contexto da política eleitoral.
ResponderExcluirPara os idealizadores do(s) modelo(s)educacionais praticados no Brasil, e para a maioria dos responsáveis (nas salas de aulas) por sua aplicação, as escolas devem se limitar à iniciação dos seus alunos no uso de ferramentas úteis apenas nas ferozes disputas por espaços no mercado de trabalho. Com isso, negligenciam outra função igualmente importante: iniciar os alunos na elaboração de senso crítico no âmbito da produção e consumo, visando a sustentabilidade das relações saudáveis entre nós (seres humanos) e a natureza, e o desenvolvimento das capacidades e habilidades intelectuais indispensáveis na construção de uma sociadade mais justa e igualitária: Isto é: auxiliando na formação de sujeitos políticos.
Também concordo Juno. Vivo muito disso que vc fala nas escolas que trabalhei aqui no Tocantins.
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