Em sessão solene, Professora Dorinha ressalta importância da valorização do professor
Foto: Divulgação |
Do educAÇÃO BR
É sempre bom termos professores representando a classe no poder público, qualquer um que represente a melhoria na educação está fazendo um grande serviço a nação. Muitos, não todos, políticos do legislativo ou executivo, professores e não professores, enchem as caixas de correios ou mandam uma infinidade de cartões para as escolas parabenizando e louvando o trabalho dos professores no seu dia, com um discurso que é o mesmo a décadas, infelizmente a realidade não acompanha a eloquência dos discursos em papeis timbrados.
Enfim, é sempre bom ter quem fale pelos professores, mas o Brasil será outro país quando tivermos quem faça mais e melhor pelos professores, pela educação.
O discurso de uma deputada professora, sempre será apenas discurso em uma Câmara lotada de omissos a questão da educação pública, gratuita e de qualidade.
Enfim, é sempre bom ter quem fale pelos professores, mas o Brasil será outro país quando tivermos quem faça mais e melhor pelos professores, pela educação.
O discurso de uma deputada professora, sempre será apenas discurso em uma Câmara lotada de omissos a questão da educação pública, gratuita e de qualidade.
Conexão Tocantins (15/08/2012)
Durante a
sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, comemorado nesta segunda-feira,
15, a deputada federal Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) falou da importância da
valorização docente para melhorar a qualidade da educação pública brasileira. A
deputada foi autora da proposta que pedia a realização da homenagem na Câmara
Federal.
“Tenho
orgulho em ser professora. Essa é a profissão que eu escolhi e é a profissão
que continuarei exercendo e aqui na Câmara eu luto pelos direitos dessa
categoria. Só quem já atuou dentro de uma sala de aula de uma escola pública,
com baixo salário e condições de trabalho desfavoráveis sabe o quanto é difícil
manter a sua dignidade e vontade de oferecer um ensino de qualidade para os
seus alunos”, discursou.
Professora
Dorinha ressaltou a necessidade da educação brasileira ser tratada como
prioridade, onde o Governo possa investir mais na área, oferecendo melhores
condições de trabalho e salários mais justos para os professores, e tantas
outras necessidades que a nossa educação pública ainda carece. Mesmo com o
reajuste do Piso Nacional do Magistério, o professor no Brasil ainda está muito
longe de ser uma profissão atrativa economicamente.
Durante o
seu discurso, a parlamentar citou uma pesquisa realizada pela Fundação Vitor
Civita e Fundação Carlos Chagas que mostrou que a carreira docente vem sendo
preterida pelos estudantes. A pesquisa ouviu mais de 1500 estudantes de escolas
públicas e privadas e constatou que apenas 2% dos jovens querem cursar
pedagogia ou licenciaturas. Entre os cursos mais desejados, Pedagogia fica na
18ª posição, enquanto as licenciaturas são 24ª opção dos jovens de escolas
públicas.
Os
motivos da falta de interesse pela docência têm respostas claras e são as
mesmas que vemos todos os dias na realidade da maioria das escolas públicas e
dos professores. 40% dos entrevistados dizem não escolher a carreira pelos
baixos salários. 32% não se identificam com a profissão. 17% citam a falta de
respeito dos alunos e a desvalorização social da carreira como fatores
negativos. Outros 12% dos estudantes dizem que as más condições de trabalho não
incentivam o ingresso na carreira. No ranking dos cursos mais desejados estão
Direito, Administração, Engenharia e Medicina.
Essa
mesma pesquisa indica que mais de 70% dos professores são motivados a entrar em
sala de aula pelo amor à profissão, mas 69% consideram que a carreira é
desvalorizada.
O estudo
também mostrou que um salário melhor atrai o jovem para a carreira docente.
Ninguém quer trabalhar e ter uma carga horária relativamente pesada se o
salário não compensar.
Outra
pesquisa citada pela parlamentar foi da OCDE - Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico mostrando que um professor brasileiro do fundamental
2 (6º a 9º anos) ganhou, em média, US$ 16,3 mil por ano em 2009. Enquanto isso,
na média, um profissional com formação e tempo de experiência equivalentes
recebeu US$ 41,7 mil nos países da OCDE.
“Esses
dados divulgados mostram a necessidade urgente de mudar a realidade do
professor da educação pública brasileira. Há tempos venho afirmando na Câmara
dos Deputados a necessidade de reestruturação do plano de carreira docente,
além de melhorar o salário do professor. É indiscutível a responsabilidade do
professor na qualidade da educação em uma escola e um professor que não é
valorizado não tem condições de oferecer um ensino adequado e um salário
decente está diretamente ligado a isso. Acredito que a melhoria do salário
docente atrairá jovens para a carreira, mas os próprios professores se sentirão
mais valorizados”, pontuou.
Professora
Dorinha ainda citou o Plano Nacional de Educação, que foi aprovado por
unanimidade pela Câmara e agora está em tramitação no Senado Federal. “Esse
Plano é um instrumento importantíssimo para o desenvolvimento da educação
brasileira e também da valorização dos professores. Entre as 20 metas
estabelecidas e aprovadas na Câmara, pelo menos oito delas tratam de temas que
estabelecem diretrizes sobre formação, qualificação e valorização dos
profissionais da educação. Além disso, conseguimos a aprovação dos 10% do PIB a
Educação e agora batalhamos pela alocação dos royalties do pré-sal para a
área”.
Segundo a
deputada. O PNE, com os 10% do PIB, é a oportunidade de mudar a realidade da
carreira docente para atrair mais jovens. “A minha esperança, assim como de
todos os brasileiros, é que o novo PNE contribua para essa mudança de forma
significativa. Que venha melhorar a qualidade da educação brasileira, ofertando
melhor estrutura das escolas, melhores condições de trabalho e remuneração dos
professores e atraindo mais jovens para essa carreira que é tão importante para
todo e qualquer cidadão”, disse.
Dorinha
lembrou que ainda há vários estados que não cumprem o Piso Nacional do
Magistério. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação, o Piso não é respeitado por 10 estados brasileiros e
outros 11 estados não cumprem integralmente a lei, o que inclui a
hora-atividade, que deve representar no mínimo 1/3 da jornada de trabalho
do professor.
De acordo
com a deputada, o Brasil precisa alcançar cinco metas até o ano de 2022: Todas
as crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente
alfabetizada até os oito anos de idade; todo aluno com aprendizado adequado à
sua série; todo jovem de 19 anos com ensino médio concluído; investimento à
educação ampliado e bem gerido. E essas metas, segundo Professora Dorinha, só
poderão ser cumpridas com professores dentro da sala de aula com carreira
atraente e formação adequada; o cumprimento das metas do Plano Nacional de
Educação, entre elas, a equiparação salarial dos professores com as demais
profissões até 2016, com regime de colaboração que funcione e Lei de
Responsabilidade educacional; definição das expectativas de aprendizagem;
avaliações externas utilizadas na gestão educacional e na sala de aula; alunos
com mais exposição à aprendizagem.
“Sem
escolas, conteúdos e mestres atraentes, a evasão escolar não refluirá. A
valorização dos professores deve ser ponto inicial do processo. Mais do que um
piso salarial de âmbito nacional, a categoria deve ter plano de carreira
consistente, que incentive o aperfeiçoamento”, finalizou. (Assessoria de
Imprensa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário