"a maturação ou não do processo educador será a chave que
tanto abrirá como fechará portas dentro do desenvolvimento da humanidade."
A
construção do pensamento através dos tempos definiu no nosso presente, caminhos
e barreiras para posteridade, deixando a compreensão do futuro como a imagem
refletida das mudanças paradigmáticas efetivadas na atualidade. A educação
surge como, ou deve ser o núcleo agente das proposições que alteram as
concepções na transição dos paradigmas tradicionais para os emergentes.
O
paradigma tradicional se constitui no conjunto de concepções e práticas
relativas ao modo de vida e produção da humanidade fundada na divisão social,
edificando um sistema imperativo das desigualdades geradas pela exploração do
capital, contrapondo este paradigma, surgem através do conflito natural e
ideológico, concepções que tentam fazer correções através do entendimento da
realidade construída para que essa sucumba diante de um mundo ideal formado no
paradigma dito emergente.
As
mudanças politicas, sociais, econômicas e culturais refletem nas práticas
educacionais, o paradigma dominante passa por um processo de transição e de
resistência na sua substituição pelo paradigma emergente em função de mudanças
no contexto politico que agem de forma central na educação. Novas medidas
precisam ser tomadas para que a educação não seja definida ao van gosto de um
projeto neoliberal que inviabilize as necessárias transformações paradigmáticas
emergentes.
Neste
contexto neoliberal, o professor é vitima, mas também algoz, quando na posição
de opressor, o educador pode não ter essa estirpe de forma consciente e assim,
ser uma espécie de vitima produtora de outras vitimas. O educador dentro deste
processo acaba sendo colocado como um missionário e não como um mero
profissional, se tornando um alvo e ao mesmo tempo a flecha deste sistema de
opressão.
Observamos
assim que as amarras do crescimento para um mundo ideal, pensado pelos
subversivos a este sistema, existem e ainda são muito fortes e lutam
obstinadamente contra as forças opositoras, essas que devem ou deveriam compor
o papel do educador e principalmente dos gestores da educação, estes que na
teoria e prática podem se agigantar frente às leis do mercado liberal nos
trazendo o exemplo prático das tentativas fracassadas das ideologias comunistas
e práticas socialistas que mais teceram um sonho do que uma realidade.
As
mudanças aconteceram, mas o educador teve suas ferramentas travadas de tal
forma que a escola não conseguiu desempenhar o papel de agente transformador da
sociedade. Cursos são oferecidos, mas sobre as rédeas do poder político de modo
tal que estes cursos não causam ascensão econômica.
Este
tipo de atitude fez com que o ofício de professor não fosse nada convidativo
devido a uma série de dificuldades que com o sistema neoliberal apenas se
multiplicaram, e o professor, que na lógica devia exercer tantas outras funções
(conselheiro, sacerdote, psicólogo), fica sendo apenas um cumpridor de
expediente que se esforça por cumprir seu conteúdo programático.
Após
o fim da bipolarização, causado pela falta de maturidade e respeito à própria
ideologia de “esquerda” como também pelos golpes deferidos pela “direita” na
guerra fria, a nova ordem mundial agrediu quase mortalmente a utopia e os
educadores que passaram pela crise como elementos que já compunham e ensaiavam
a atualidade que passa por diversas dificuldades primeiramente de entendimento
e compreensão dos graus de opressão e depois as deficiências de análise e
efetiva posição critica pela indignação que possa gerar mudanças na ponte dos
paradigmas tradicional e emergente.
No
contexto do neoliberalismo, podemos observar uma divisão entre os educadores no
sistema público de ensino: escolas para formar mão-de-obra qualificada, como
por exemplo, os colégios técnicos e militares, nos quais o profissional dentro
da sua carga horária tem mais tempo para planejar suas aulas e se dedicar a
pesquisa. Enquanto na educação básica regular os profissionais tem uma carga
horária excessiva, além de uma considerável desvantagem na questão salarial.
Portanto
as escolas públicas são divididas em escolas para formar mão de obra
qualificada e mão de obra barata.
Dentro
do que foi apresentado, percebe-se que para se estruturar realmente uma postura
significativa e de resultados consistentes, o educador/gestor deve se perceber
como agente transformador, e assim, poderá fugir da realidade apresentada pelo
universo pontuado pela conjuntura neoliberal, e está realmente, mesmo que ainda
incerto o seu papel na construção ou mesmo de conciliador de uma sociedade
pautada nos novos paradigmas que se configuram nas expectativas do melhor mundo
possível.
Não
podemos, no entanto, ver os novos paradigmas (emergentes), como única
possibilidade, ou mesmo como livres dos velhos vícios que se perpetuam com
outras configurações. Assim a educação e seus agentes por definição são
elementos indispensáveis no estudo e na teorização que baseiam a formação de
novas concepções, a maturação ou não do processo educador será a chave que
tanto abrirá como fechará portas dentro do desenvolvimento da humanidade.
Autores:
Antônio Jadson Gomes, Antônio Valdemari, Dhiogo
Rezende, Jorge Kitchell Pinheiro e Moisés Carvalho
Costa.
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