quarta-feira, 2 de maio de 2012

OS PROFESSORES NO PODER. E O PODER PARA OS PROFESSORES?


Professora e Deputada Federal defende pacto suprapartidário pela Educação.

Deputada Dorinha discursando na Câmara Federal (foto assessoria da deputada)



 
Do educAÇÃO BR

Um professor no poder, pode não significar poder para os professores, podemos dizer que no Brasil é raro a classe docente chegar aos cargos públicos, seja ele legislativo ou executivo. Fato que é o reflexo da nossa educação e da nossa sociedade que não reconhece a importância e não valoriza os seus professores.

Historicamente a nossa sociedade dentro do sistema eleitoral elege os membros da elite, desde os “homens bons” no Brasil colonial, na república as profissões elitistas (advogados, médicos, engenheiros entre outras) são as votáveis, não temos muitos “Lulas” no Brasil, não temos muitos operários não diplomados no poder, no caso dos professores, sua graduação é tida como menor, logo não temos muitos educadores no poder.

O professor participa decisivamente da formação das futuras gerações, na teoria ele é o profissional que sabe muito bem as causas e consequências das mazelas sociais, forma opinião, os demais profissionais, forma o eleitor, forma o eleito. Mas como foi dito, isso fica mais na teoria, na prática o professor brasileiro é mal formado, mal remunerado, o seu trabalho é mais mecânico/comercial do que pedagógico/idealista, resta aos filhos da elite, futuros “doutores”, chegarem a assumir posições de poder público que muitas vezes tornam-se poder particular, este que continuará mantendo a elite no poder.

Vejamos o exemplo da Deputada Federal pelo Tocantins (DEM), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, mais conhecida como professora Dorinha, que já foi secretária de educação do seu estado, presidente do CONSED (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação), e recentemente no plenário da Câmara Federal parlamentou de forma critica e harmoniosa com as reais necessidades da educação brasileira.


É preciso entender as dificuldades de um discurso politico virar uma realidade plena no Brasil, principalmente se este for pautado na melhoria da qualidade da nossa educação pública. Entre as várias palavras da Deputada Dorinha, uma frase chama atenção para o que é dito, mas nem sempre pode existir na nossa prática politica. “Precisamos firmar um pacto pela educação brasileira independente de posição partidária”.

Não somente na educação, mas em todos os setores da vida pública, tem que haver por parte dos nossos governantes e demais agentes políticos a prática suprapartidária, as politicas para o país, para a nação, devem sempre estar à cima das politicas ou “jogos” estritamente partidários. 
Deputada  em visita a Buriti do Tocantins fala sobre o suprapartidarismo e pré-candidatura do companheiro de partido e também professor, o Vereador Iranildo que deve concorrer a próxima eleição municipal. (foto de Dhiogo Rezende)


Os partidos são importantes no processo democrático, mas na prática, o atendimento quase que exclusivo dos partidos aos seus próprios interesses macula a razão democrática e trazem diversos ônus na execução de políticas públicas, aquelas que se traduzem nas reais necessidades do povo. A deputada que já foi secretária de educação do Tocantins, amargou péssimos resultados nas avaliações externas como as da Prova Brasil e do ENEM que colocaram o estado nos últimos lugares em desempenho do país, deve ter passado por situações de interferencia partidária ou de grupos regionais nas escolas, por exemplo na questão da escolha de diretores que ainda é feita por indicação e não por seleção ou eleição, práticas não democráticas que muitas vezes prejudica e atrasa o bom andamento do ensino nas instituições.
 Deputada em visita a correligionários e população em Buriti do Tocantins em abril de 2012. (Foto de Dhiogo Rezende)


Já que temos o exemplo da Dorinha, uma professora que já tem história de vida política e pública bem firmada, como será a participação da classe nos processos políticos e como os próprios educadores enxergam a representação de sua classe? É constante ouvir de professores engajados nos sindicatos e outras entidades de cunho político que a maior parte dos docentes não adere a movimentos, não tem participação, não se mobiliza, por falta de vontade, por medo de retaliações dos superiores, dando vistas a uma classe desunida, despolitizada e fraca no sentido de classe profissional.

Assistimos a um filme de uma sociedade com graves problemas sociais, mal formada, despolitizada, com educadores que na teoria poderiam contribuir decisivamente para uma revolução a partir da educação, vemos professores em número muito considerável, são mais de dois milhões no Brasil, mesmo assim é raridade vê-los no poder. Será por falta de interesse politico, por não se juntarem, não se defenderem, não se solidificarem como classe, ou por simplesmente não serem de fato, preparados para tal função?

2 comentários:

  1. Os professores da educação básica pública somos despolitizados, não temos uma consciência de classe em processo, somos manipuláveis por políticos da pior estirpe, ignoramos o aspecto ideológico da realidade, estamos despreparados, enfim, para o processo formativo dos excluídos do Brasil.
    Isso vale pra maioria de nós.

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  2. Concordo Sulo, os professores sairam do mesmo sistema público que veta, que emperra o progresso intelectual que poderia tirar nossa sociedade desta situação lastimavel. Professores reprodutores das mazelas do sistema, por essas e outras não existe um numero expressivo de professores no poder e nem poder para os professores.

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